Talvez você já tenha ouvido amigos e conhecidos questionarem: “Como ser um homem feminista?” ou ainda se “Um homem pode ser feminista?”.
A resposta é, na verdade, bastante simples. Homens feministas são parte importante na luta por justiça e igualdade de direitos.
Mas para que esse entendimento aconteça, é preciso tirar qualquer preconceito sobre o que é feminismo da conversa para entender realmente do que ele trata.
Como qualquer julgamento precipitado pode gerar conclusões erradas, o mesmo acontece com qualquer homem que não entende o que é feminismo e tira conclusões sem antes pesquisar e conhecer as raízes desse movimento.
A escritora (e feminista!) nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora de livros como ‘O perigo de uma história única’ e outros títulos, comenta no vídeo abaixo se um homem pode ser feminista:
Se você quer mudar atitudes e entender como ser um homem feministas, listamos algumas dicas do que fazer e também o que não fazer nas suas interações cotidianas com as mulheres.
Boa leitura!
5 dicas de como ser um homem feminista
Algumas atitudes importantes na maneira como você se relaciona e interage com as mulheres e as questões relacionadas a elas, vão ajudá-lo no processo de como ser um homem feminista.
Todas as dicas que reunimos aqui são pontos de partida para você se conhecer e entender o quanto sua visão sobre feminismo pode evoluir.
Esperamos que seja um bom pontapé inicial e que você se aprofunde no tema.
1. Não faça mansplaining ou manterrupting
Começamos a lista de como ser um homem feminista com um “não fazer” e esse é um ponto muito importante.
O termo mansplaining vem do inglês e pode ser traduzido como “explicação masculina”. Só que essa explicação está relacionada a algo que a mulher domina, em alguns casos, até mais do que o homem que está fazendo a explicação.
E o manterrupting vem lado a lado com o primeiro termo, pois ele acontece justamente quando a mulher é interrompida pelo homem para que ele tome a voz na conversa para fazer sua explicação.
Provavelmente você já presenciou ou realizou um manterrupting para fazer um mansplaining, não é mesmo?
Esse comportamento masculino acontece desde um papo informal na mesa de bar até em uma reunião de equipe no ambiente de trabalho.
De acordo com a cientista comportamental Francesca Gino, em um artigo para a Harvard Business Review, “isso acontece por causa dos nossos preconceitos inconscientes sobre gênero, como a tendência de ver homens como líderes e mulheres como subordinadas”.
Bom, e como se livrar desse comportamento padrão que, em muitas pessoas, começa já na infância? A professora Gino também dá as dicas:
– reconheça que você faz suposições sexistas, querendo ou não, sobre diversos aspectos;
– leia mais sobre as nuances da vida da mulheres e de outros grupos marginalizados na sociedade;
– busque conhecer melhor as pessoas que enfrentam preconceitos por causa de estereótipos;
– coloque-se no lugar do seu parceiro de diálogo nas conversas.
Como um homem pode ponderar sobre sua interrupção/explicação | Imagem: Reprodução/Revista Marie Claire.
2. Seja um bom ouvinte
Historicamente, homens estão com a palavra desde sempre. Afinal, nossa sociedade é essencialmente patriarcal. Porém novos tempos, novas ideias e comportamentos, não é mesmo?
Muitas mulheres construíram o legado de suas famílias, mas sem o devido reconhecimento da sociedade, pois nem se reconhecia esse mérito.
Mas hoje, as mulheres estão ocupando diversos lugares e buscando oportunidades de se realizar em vários setores, além do ambiente doméstico.
Então se você quer aprender como ser um homem feminista, exercite seu poder de escuta. Assim, você pode demonstrar que valoriza o espaço conquistado pelas mulheres (e todos) que convivem no seu ambiente familiar, de trabalho ou social.
3. Leia sobre feminismo
No ínicio do artigo, citamos a escritora Chimamanda Ngozi Adichie, mas existem outras escritoras feministas do passado e do presente que podem ajudá-lo no objetivo de como ser um homem feminista.
Afinal, conhecimento é essencial e vai expandir seus horizontes sobre o assunto, além de aparar as arestas de preconceito do que você tem sobre o que é feminismo.
Entre as autoras brasileiras podemos destacar:
– Djamila Ribeiro;
– Lygia Fagundes Telles;
– Conceição Evaristo;
– Hilda Hilst;
– Angélica Freitas.
Já entre as autoras internacionais, vale a pena conhecer as obras de:
– Simone de Beauvoir;
– Angela Davis;
– Virginia Woolf;
– E. Lockhart;
– Arundhati Roy.
Leia também: 5 livros que todo homem deve ler.
4. Não seja condescendente com outros homens
Pense: quantas vezes você já ouviu falas machistas de parentes, amigos e chefes e nunca disse nada a eles?
No exercício de como ser um homem feminista entra a atitude de usar a sua voz para alertar outros homens sobre os prejuízos desse tipo de comportamento.
Todos têm direitos iguais e devem ter a oportunidade de ganhar espaço para demonstrar seu conhecimento, ideias e expressar seu comportamento.
Então, seja um homem atento e não apoie as mulheres a sua volta, ajudando-as sempre que perceber situações nas quais sua palavra pode ser um suporte necessário.
Conheça os ‘10 homens mais influentes da humanidade’ neste outro post do blog.
5. Pense no impacto que homens feministas podem causar
Toda mudança, independentemente de quando ela acontece, é um movimento válido. Se hoje, como adulto, você enxerga a importância de existirem homens feministas, isso pode começar mais cedo para outros homens.
Filhos, sobrinhos, irmãos mais novos, filhos de amigos, essas gerações mais novas podem crescer aprendendo como ser um homem feminista.
Não só os pais, mas também todos que compõem a rede de apoio de uma família exercem uma influência.
Então, alerte, conscientize e chame a atenção para comportamentos machistas e ideias que não contribuem para a criação de uma sociedade igualitária para todos.
Pronto para ser um homem feminista?
Para aprender como ser um homem feminista, você vai precisar de atenção, empatia e reconhecer seus privilégios como homem.
Dessa forma, você terá mais capacidade de notar as diferenças nas relações com as mulheres a sua volta nos diversos contextos do cotidiano.
Assim, pouco a pouco, a sua mudança vai ser uma contribuição importante para o feminismo e uma vida livre de preconceitos, concorda?
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