No último ano, enquanto passava uma temporada em Nova York, conheci um italiano chamado Alessandro Squarzi. Sabia pouco sobre ele, já tinha visto uma ou outra foto no style.com durante as semanas de moda masculinas. Não sabia direito o que ele fazia, só que era uma dessas estrelas de street style. My bad.
Caso você também não saiba: Squarzi não vive de dar piruetas vestindo os ternos mais bem cortados da Itália. Ele tem faro pra coisa. Comanda um dos mais respeitados showroons da Europa, que leva seu nome.
Isso me faz pensar sobre o que divide o estilo dos italianos do resto dos mortais. Scott Schuman, por exemplo, tenta, desde 2005, decifrar essa equação. Esse foi o motivo pelo qual o The Sartorialist foi criado. Uma década depois, com a cultura de moda masculina a todo vapor (como comentei na última coluna) seguimos tentando desconstruir o estilo dos homens que, ao que tudo indica, são os mais bem vestidos do mundo.
1. Os italianos não têm medo do ridículo. Afinal, isso é bem subjetivo. Para eles, usar terno não é nem de longe sinônimo de formalidade. Qualquer lugar é lugar.
2. Apesar de não parecer, eles não têm um closet enorme, cheio de gravatas, chapéus, coletes e afins. E sim poucas e boas peças, a maioria feita por alfaiates.
3. Se a casa de um italiano estiver pegando fogo e ele precisar escolher um único artigo para salvar, certamente será o relógio. Isso se já não estiver no pulso.
4. Dificilmente você vai ver um deles sem, pelo menos, três pulseiras acompanhando o relógio que ele salvou do incêndio. As de couro são hit por lá desde que o mundo é mundo.
5. A paleta de cores é extremamente importante. Quase impossível ver um crash de estampas ou cores muito distintas em um mesmo look.
Como se tudo isso não bastasse, eles preferem ter certeza de que vão se fazer notar falando alto e soltando elogios a todo e qualquer ser humano que use saia, com uma energia que, sinceramente, eu gostaria de saber de onde vem. Resumindo: ame-os ou deixe-os.