A importância de prestarmos atenção na saúde mental masculina

Como melhorar a performance esportiva? Como ser capaz de atingir bons resultados no trabalho? Viver em sociedade é viver sob expectativas constantes. Tais pressões exercem poder sobre nós. Se não temos equilíbrio e consciência sobre a importância de compreender e lidar com as nossas questões internas, a saúde como um todo acaba sendo impactada. 

Em julho deste ano, segundos depois de vencer um importante duelo, o lutador de UFC Paddy Pimblett aproveitou o momento para falar sobre algo importante. Horas antes da luta, seu amigo havia tirado a própria vida. No instante em que deveria comemorar a sua vitória, o atleta usou o momento para fazer um apelo importante:

“Existe um estigma neste mundo de que os homens não podem reclamar. Escute, se você é homem e está carregando muito peso nos ombros, e você acha que a única solução é se matando, por favor, fale com alguém. Fale com qualquer pessoa.”

No Brasil, o problema é questão de saúde pública. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país é líder mundial em casos de ansiedade e o quinto lugar em casos de depressão. De acordo com uma pesquisa de 2020, encomendada pela farmacêutica Pfizer e realizada pelo Ibope Conecta, o número de suicídios entre os homens é maior do que entre as mulheres, além disso, a pesquisa informa que eles também são menos informados.

Quando Paddy Pimblett chama a atenção para o assunto dentro de um espaço que remete ao ápice da força e performance masculina, ele ajuda a desconstruir a ideia de que a masculinidade é afetada no momento em que demonstramos os sentimentos. Os conceitos de que ‘homem não chora’, ‘homem tem que ser forte o tempo todo’ ainda se fazem presente na nossa sociedade. Como vimos pelos números, os homens buscam ajuda por último, devido ao preconceito e ao machismo enraizado. 

É difícil se colocar em uma posição de vulnerabilidade, mas conversar sobre o que nos aflige ajuda  a lidar melhor com as nossas dores emocionais. Quando passamos por momentos assim, é importante sabermos que não é frescura contar com amigos e familiares. Se não tiver alguém para compartilhar, procure pelos serviços públicos abaixo:

  • Encontre a UBS (Unidade Básica de Saúde) ou o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) mais próximo da sua residência
  • Em caso de emergência, entre em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ligando para 192
  • Converse com um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) ligando para 188 (chamada gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou de celular de todo o território nacional) ou acesse www.cvv.org.br