Gostamos de roupa? Sim. Gostamos de acessórios? Mais ainda. Por esse motivo só tive olhos para o show de pulseiras desfiladas nas semanas internacionais de moda masculina. Milão e Paris, particularmente. Aos detalhes
Gucci, Milão.
Anunciado em janeiro como novo diretor criativo da marca, substituindo Frida Giannini (sente a responsa), Alessandro Michele leva vantagem. Antes de ser promovido, Michele ocupava o cargo de designer de acessórios da Gucci. Não à toa, mais uma vez ele colocou em pauta a androginia excêntrica com ar romântico, enchendo os modelos de pulseiras de couro e metal, bem setentinha.
Dsquared², Milão.
Já os gêmeos canadenses, Dean e Dan Caten, levaram para a passarela aquele estilo sou-skatista-mas-pego-onda, sabe? A influência foi tanta que o instrutor de surf da dupla estava na primeira fila e poderia facilmente ser confundido com um dos modelos. Os acessórios foram colecionados ao longo das viagens de surf dos irmãos. Fofo, vai.
Junya Watanabe, Paris.
Cria da designer Rei Kawakubo (fundadora da Comme des Garçons), Junya teve a África como inspiração para sua coleção de verão 2016. Os acessórios foram todos coletados em antiquários parisienses especializadas em artigos africanos, como a famosa Galerie Argiles.
Givenchy, Paris.
Tudo bem que, nesse caso, os colares de Riccardo Tisci (que completa 10 anos de Givenchy em 2015) chamaram mais atenção que as pulseiras. Afinal, quem vai olhar para outra coisa quando se tem homens de 1.90 andando de um lado para o outro com chaves gigantescas penduradas em seus pescoços? Eu. Bem reparei nas correntes – tão oversized quanto os colares – que os modelos carregavam no pulso.
Saint Laurent by Hedi Slimane, Paris.
Quando Hedi Slimane se inspira em Kurt Cobain para apresentar o verão 2016 da Saint Laurent, a gente presta atenção nos detalhes. E não estou falando só das pulseirinhas coloridas, grunge style, mas do pacote completo: unhas descascadas, óculos brancos de acetato, tênis sujo e gorro.
Lanvin, Paris.
E usar acessórios sem parecer uma caricatura saída dos anos 1970, 1980 ou 1990, rola? Claro que rola. Taí Lucas Ossendrijver para não me deixar mentir. Mais minimalista e, na minha opinião, até mais cool, Ossendrijver fez tudo para celebrar sua paixão pelos trabalhos manuais. Da lavagem das peças ao couro das pulseiras.
