Terminou ontem (29) o São Paulo Fashion Week N41, que teve início na segunda-feira e mostrou todo o potencial criativo e de consumo da moda paulista – e carioca também. Com referências diferentes, as marcas responsáveis pela moda masculina apresentaram coleções diferentes porém impressionantes e com o apelo mais consumista que têm pairando sobre a moda há algum tempo: o see now, buy now.
Inclusive, esta foi a primeira edição do evento ajustada ao novo calendário das semanas de moda do mundo, que agora não seguem mais tanto as estações (produzindo para que suas coleções estivessem nas lojas daqui há seis meses). Por isso mesmo, a edição foi batizada por seu número e não como primavera-verão 2017.
Vitorino Campos
Integrando coleção e espaço ao mesmo tempo, Vitorino Campos criou uma coleção geométrica leve e artística, inspirada na fotomontagem “Saute dans la Vide” do francês Yves Klein. Antes conhecido pela moda para a vida notuna, este ano sua coleção aborda o dia a dia e o ritmo urbano e com um toque street.
Murilo Lomas
O desfile do estreante Murilo Lomas trouxe as peças clássicas que todo homem deve ter em seu armário: camisa, calça jeans, jaqueta de couro, malha de meia estação. No entanto, com uma atenção especial aos tecidos para que tivesse um caimento ideal no corpo e cores quentes em padrão que lembram lenços, as peças foram reinventadas. O armário de uma semana completo para homens que gostam de simplicidade e estilo. As coleção envolve até mesmo os fins de semana, com peças de banho como sungas de couro para os mais seguros de si.
Ronaldo Fraga
De alma poética, a coleção de Ronaldo Fraga aborda a intolerância como um todo, no Brasil e fora. Inspirado pela viagem que fez à África (principalmente Moçambique), ele juntou as referências culturais que encontrou por lá com a relação cultural e sentimental que refugiados do mundo todo têm com suas roupas. Um tema atual e tocante, que trouxe para o desfile uma áurea cheia de cores e sensibilidade transformados em peças leves e coloridas. (Ps: pedimos atenção especial ao grooming dos modelos que está de tirar o chapéu).
João Pimenta
Sempre inovador e fiel à seu DNA, João Pimenta surpreendeu mais uma vez com uma coleção que envolveu alfaiataria, sofisticação, streetwear e o conceito genderless ao mesmo tempo, sem perder o cunho moderno e impactante. Com peças que lembravam fraques tradicionais com listras, combinados à uma modelagem mais feminina ajustada na cintura e botas bem urbanas, a coleção trouxe peças que agradam no primeiro olhar.
A La Garçonne
Trabalho de Alexandre Herchkovitch depois de sair de sua marca própria e assumir a criação de moda da A La Garçonne, marca de seu companheiro Fábio Souza, ele criou uma coleção que honra as premissas vintage e sustentáveis da marca. Com um DNA urbano e atual, as peças contemplam a política de não desperdício da marca, e foram criadas com tecidos vintage, dando um clima de elegância atemporal ao moderno.
O que isso significa
Embora as tendências não sejam regra, e apareçam muitas vezes por coincidência, podemos aprender algumas coisas sobre como estaremos nos vestindo aqui no Brasil nos próximos meses: a alfaiataria, sempre presente na moda masculina, vai estar fluida e solta, leve e descontraída. Além disso, a estampa é mandatória em pelo menos uma peça de roupa recorrente, e se você quiser estar de acordo com as passarelas, aposte em algo de personalidade tropical e bem colorido, já que o brasil foi tema guia dos estilistas. Por último, o estilo mais street, seja ele mais alegre e descontraído ou frio e moderno estará bem presente. Se você gosta de calças jeans, jaquetas, tênis e um clima jovem, vai que é sua!
